Workshop apresenta conceitos e desafios da Bioeconomia no Brasil
A Frente Parlamentar Mista pela Inovação na Bioeconomia e a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) organizaram o workshop “Desafios e perspectivas da Bioeconomia”, na Câmara dos Deputados. A iniciativa ocorreu em duas datas e teve o apoio do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos (SENAI/CETIQT) e do laboratório Cenergia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A aula inaugural, em 28 de setembro, abordou os principais conceitos e desafios da Bioeconomia no Brasil, ministrada pelo professor da UFRJ José Vítor Bomtempo. Em 9 de novembro, foi a vez do pesquisador Leonardo Teixeira, do SENAI/CETIQT, falar sobre tecnologia e mercado da Bioeconomia.
“Preparamos um treinamento completo para preparar o Legislativo e a comunidade para discussões ligadas à Bioeconomia, suas perspectivas e importância para alavancar a economia brasileira e no enfrentamento às mudanças climáticas”, explica o presidente da Frente, o deputado federal Evair de Melo (PP-ES).
Representantes de diferentes ministérios da Esplanada participaram dos encontros. Eles expuseram o trabalho de suas respectivas pastas relacionado ao tema. Falaram o coordenador-geral de Ciência para Bioeconomia (CGBE) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Bruno Prosdocimi Nunes; a coordenadora geral de Bioeconomia e Recursos Genéticos do Ministério do Meio Ambiente, Valéria Burmeister Martins; e o coordenador-geral de patrimônio genético da Secretaria de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rafael de Sá Marques.
O presidente executivo da ABBI, Thiago Falda, fez uma fala inicial ressaltando a oportunidade de o Brasil assumir a vanguarda na transição para uma economia de baixo carbono, que maximize a exuberância dos seus recursos naturais. “A Bioeconomia é a oportunidade de o Brasil, pela primeira vez, estar na fronteira tecnológica de uma revolução industrial. A Bioeconomia atravessa, praticamente, todos os setores da economia e tem o potencial de gerar um impacto gigantesco na economia brasileira e no enfrentamento às mudanças climáticas”, resumiu.
Em sua aula, Bomtempo abordou a evolução histórica dos conceitos de Bioeconomia e Bioeconomia circular, até a atualidade. Ele também falou das oportunidades para a Bioeconomia nos anos 2020 em diferentes áreas como biocombustíveis; bioquímicos e bioplásticos; e outros bioprodutos; além dos desafios para a estruturação de negócios no setor. “Assim como a mudança do carvão para o petróleo, como insumo fundamental para indústria, significou uma passagem de bastão importante da Europa para os Estados Unidos, agora é a hora de o Brasil assumir esse posto, quando a biomassa, os recursos renováveis constituem a base da economia do Século XXI”, defendeu Bomtempo. “Para sermos protagonistas, temos que transformar essa vantagem comparativa em vantagem competitiva. Temos a história a nosso favor, precisamos fazer o nosso dever de casa”, encerrou.
O pesquisador Leonardo Teixeira fez uma radiografia dos atuais gargalos da bioeconomia. “Os principais desafios para a estruturação da bioeconomia estão ligados a como viabilizar o suprimento de matérias-primas de forma sustentável e em escalas adequadas, aos necessários avanços tecnológicos para viabilizar novas rotas competitivas e ao desenvolvimento de modelos de negócios adequados. Além disso, ainda existem desafios para garantir a sustentabilidade dos novos produtos e processos em uma perspectiva de ciclo de vida, que é uma demanda clara do mercado.”